sábado, 10 de agosto de 2013

Aula 18 - Centrais de Alarme de Incêndio

O alarme de incêndio é o sistema responsável pela informação aos usuários envolvidos em uma determinada área da ocorrência de um incêndio ou no princípio do mesmo.
Os Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio são compostos de alguns elementos básicos: Central de Alarme e Detecção; Detectores; Acionadores Manuais; Sinalizadores; Módulos de entrada e saída.
A central de alarme é responsável por coletar a informação de estado dos detectores e, em caso de verificar uma situação de alarme, ativar os sinalizadores. Além do alarme, também verifica falhas na instalação, como curto-circuito, cabeamento rompido, entre outras. As centrais de alarme classificam-se em endereçadas ou convencionais.
As centrais endereçadas permitem identificar cada elemento individualmente e desta forma, o local exato de um eventual alarme. Os dispositivos de campo comunicam-se com a central através de um protocolo de comunicação o qual, além da informação de alarme ou falha, pode ainda indicar outros parâmetros como grau de contaminação (detector sujo) ou ainda receber comandos como o ajuste do nível de sensibilidade.
Em função do grau de inteligência dos detectores e do próprio painel, a central de alarme endereçada pode ainda ser classificada como "Analógica" ou "Inteligente", na medida que fornece mais informações a respeito de seu funcionamento e permite uma gama maior de configurações. Esta inteligência a torna mais adaptável às condições de cada ambiente.
As centrais convencionais são mais simples e indicadas para ambientes menores ou com menos compartimentação. Estas centrais identificam zonas alarmadas, sendo cada zona composta por um ou mais detectores, limitado ao máximo indicado pela norma nacional ou pelo fabricante (o menor valor prevalece). São mais simples e de menor custo, porém menos precisas na indicação do local exato da ocorrência, tendo em vista que sinalizam a área total composta pelo conjunto de detectores conectados à mesma zona.
Detectores são os elementos que avaliam as condições ambientais e verificam a presença de incêndio. São instrumentos de medida precisos e como tal devem ser instalados conforme projeto elaborado por empresa ou profissional habilitado para tal.
Os detectores são conectados à central através de laços endereçados ou convencionais (sinônimos para laços seriam circuitos, loop, entre outros). Pela nomenclatura brasileira, os laços podem ser de dois tipos:
Classe A: um circuito fechado, que sai da central, passa por vários dispositivos, e retrona para a central. Seu funcionamento é baseado em um anel (ring) de dispositivos, no qual a comunicação pode ser feita a partir de um lado (lado A). Caso exista um rompimento do anel, uma parte do circuito de detectores continuará comunicando através do lado A, e outra parte pelo lado B, mantendo a monitoração mesmo com a degradação da instalação;
Classe B: um circuito aberto, que sai da central e termina no último dispositivo, sem a necessidade de retornar à central. Pode ser endereçado ou convencional, sendo mais comum em instalações convencionas. A instalação é mais simples, porém em caso de rompimento do circuito, parte dos detectores ficará inoperante.
Acionadores Manuais são chaves conectadas ao laço endereçado ou convencional, e que permitem a uma pessoa, indicar uma situação de emergência manualmente ao sistema, antes mesmo de que seja detectado pelo sistema automático de detectores. Com isto, pode-se manualmente inicar um processo de evacuação, ou de atuação da brigada de incêndio.
Sinalizadores são os responsáveis, a partir da ativação da central, em indicar a situação do ambiente para as pessoas do local para, por exemplo, comandar uma evacuação em caso de incêndio.
Os sinalizadores podem ser visuais, sonoros ou mistos. O grau de indicação sonora (volume do som) ou visual é função das normas nacionais aplicáveis, além das considerações de projeto.
A sinalização sonora pode ser composta por sirenes, as quais podem indicar ou não múltiplos tons para indicar diferentes situações (ação da brigada de incêndio, evacuação, alerta, etc), ou composta por uma rede de alto-falantes para instruções por voz, ao vivo ou através de mensagens pré-gravadas.
Os módulos de entrada e saída são utilizados para diversos fins, como monitoração de dispositivos (por exemplo chaves de fluxo do sistema de combate a incêndio por água), ou atuação sobre equipamentos em caso de sinistro (por exemplo, desligar o ar condicionado para evitar a troca de fumaça em vários ambientes, ou ligar a exaustão para eliminar a fumaça de um ambiente).
Os módulos também podem ser conectados a sensores diversos como sistemas especiais, detectores de gás (por exemplo detectores de amônia na indústria alimentícia), entre outros. Neste caso, a central de alarme expande sua funcionalidade para além da sinalização de incêndio, tornando-se uma central de alarme de emergência, seja de qual natureza for.
As centrais de alarme de incêndio, quando acionadas pelas botoeiras tipo "quebra-vidro" ou pelos detectores, fornecem uma sinalização óptica e acústica indicando o laço acionado (área), possibilitando o funcionamento de diversos sistemas de proteção e de combate a incêndio. 
Uma central de Alarme de Incêndio Convencional, opera manualmente ou automaticamente; a sirene externa, quando acionada pelo quebra vidro ou pelo detector, é identificado através de “Leds” no painel do local da ocorrência e é ideal para empresas e condomínios. O Sistema de supervisão de incêndio são compostos de leds indicadores; Sirene eletrônica e sirene corneta; Central de monitoramento; Botoeira "Quebra-Vidro". 
Diversas são as técnicas usadas pela eletrônica na detecção de princípio de incêndios, todas baseadas nas suas três principais manifestações: calor, luz e fumaça. 
Detectores de Fumaça
Diz um velho provérbio que "Onde há fumaça, há fogo!" de modo que a detecção de focos de incêndio pode, em princípio ser feita pela detecção de fumaça. Se tivermos uma fonte de luz que emita um foco transversalmente ao local em que nos encontramos, e observarmos este foco tendo um fundo negro nada veremos, pois o feixe de luz não pode ser visto. No entanto, se este feixe atravessar fumaça, as partículas de fumo dispersam a luz e isso torna o feixe de luz visível.
É o que ocorre com um farol de automóvel cujo feixe de luz não pode ser visto numa noite limpa, mas se torna perfeitamente delimitado numa noite de neblina, pois as partículas de água em suspensão que formam a neblina dispersam a luz, conforme mostra a figura.
Detectores de Calor
Os sistemas que operam detectando o calor podem ter dois princípios de funcionamento. O sistema mecânico faz uso de bimetais, ou seja, lâminas de dois metais com coeficientes de dilatação diferentes que são prensadas conforme mostra a figura. Se essas lâminas forem aquecidas pela presença de calor, a dilatação desigual faz com que elas se curvem e com isso toquem no contacto que dispara o alarme. É o mesmo sistema usado nos pisca-pisca de árvores de natal, termostatos de ferros de passar roupas, e mesmo no controle do sistema de refrigeração de muitos carros.
Detecção de Chamas
Uma chama é uma fonte de luz com características diferenciadas que facilitam sua detecção. Diferentemente de uma lâmpada comum, uma chama tremula e as variações da luz resultantes podem facilitar no projeto dos sistemas de detecção. Por outro lado, o espectro de uma chama é diferente do espectro de uma lâmpada comum ou fluorescente com uma quantidade muito maior de energia concentrada na faixa do infravermelho. Estes fatos podem ser importantes na detecção de incêndios e realmente são considerados nos projetos comerciais.

© Direitos de autor. 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 28/02/2023

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