O levantamento das potências é feito mediante uma previsão das potências (cargas) mínimas de iluminação e tomadas a serem instaladas, possibilitando, assim, determinar a potência total prevista para a instalação elétrica residencial.
A instalação deve prever carga de iluminação, de tomadas gerais e específica além de ser executada com segurança a fim de evitar acidentes.
RECOMENDAÇÕES DA NBR 5410 PARA O LEVANTAMENTO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO
1. Condições para se estabelecer a quantidade mínima de pontos de luz e a potência mínima de iluminação.
- prever pelo menos um ponto de luz no teto, comandado por um interruptor de parede.
- arandelas no banheiro devem estar distantes, no mínimo, 60 cm do limite do boxe.
A carga de iluminação é feita em função da área do cômodo da residência.
- para área igual ou inferior a 6 m2 atribuir um mínimo de 100 VA.
- para área superior a 6 m2 atribuir um mínimo de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescido de 60 VA para cada aumento de 4 m2 inteiros.
A NBR 5410 não estabelece critérios para iluminação de áreas externas em residências, ficando a decisão por conta do projetista e do cliente.
RECOMENDAÇÕES DA NBR 5410 PARA O LEVANTAMENTO DA CARGA DE TOMADAS
Figura 03 - Eletrodomésticos portáteis. |
1. Condições para se estabelecer a quantidade mínima de tomadas de uso geral (TUG’s) a potência mínima de tomadas de uso geral.
- cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m2 no mínimo uma tomada.
- cômodos ou dependências com mais de 6 m2 no mínimo uma tomada para cada 5m ou fração de perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível.
- cozinhas, copas, copas-cozinhas uma tomada para cada 3,5 m ou fração de perímetro, independente da área.
- subsolos, varandas, garagens ou sótãos pelo menos uma tomada.
- banheiros no mínimo uma tomada junto ao lavatório com uma distância mínima de 60cm do limite do boxe.
Figura 04 - Tomada específica para aparalhos fixos . |
Tomadas de uso geral (TUG’S) não se destinam à ligação de equipamentos específicos e nelas são sempre ligados: aparelhos móveis ou aparelhos portáteis.
- banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais semelhantes - atribuir, no mínimo, 600 VA por tomada, até 3 tomadas e atribuir 100 VA para os excedentes.
- demais cômodos ou dependências - atribuir, no mínimo, 100 VA por tomada.
2. Condições para se estabelecer a quantidade de tomadas de uso específico (TUE’s) e a potência de tomadas de uso específico.
- a quantidade de TUE’s é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de utilização que sabidamente vão estar fixos em uma dada posição no ambiente.
Tomadas de uso específico (TUE’S) são destinadas à ligação de equipamentos fixos e estacionários, como é o caso de secadora de roupa, chuveiro e torneira elétrica.
Figura 05 - Eletrodomésticos fixos com corrente maior que 10 amperes. |
- atribuir a potência nominal do equipamento a ser alimentado.
Conforme o que foi visto, para se prever a carga de tomadas é necessário, primeiramente, prever a sua quantidade. Essa quantidade, segundo os critérios, é estabelecida a partir do cômodo em estudo, fazendo-se necessário ter o valor da área e ou do perímetro.
Os valores das áreas e do perímetro dos cômodos da planta devem ser calculados, para se prever a quantidade mínima de tomadas.
LEVANTAMENTO DA POTÊNCIA TOTAL
Figura 06 - Padrão de energia monofásico e quadro do medidor. |
TIPO DE FORNECIMENTO E TENSÃO
Nas áreas de concessão da ELEKTRO, se a potência ativa total for:
- Até 12000 W: Fornecimento monofásico - feito a dois fios: ma fase e um neutro - tensão de 127 V.
- Acima de 12000 W até 25000 W. Fornecimento bifásico - feito a três fios: duas fases e um neutro - tensões de 127V e 220V.
- Acima de 25000 W até 75000 W. Fornecimento trifásico - feito a quatro fios: três fases e um neutro - tensões de 127 V e 220 V.
Figura 07 - Quadro de força e luz. |
Quadro de distribuição é o centro de distribuição de toda a instalação elétrica de uma residência, pois: recebe os fios que vêm do medidor.
- nele é que se encontram os dispositivos de proteção.
- dele é que partem os circuitos terminais que vão alimentar diretamente as lâmpadas, tomadas e aparelhos elétricos.
O quadro de distribuição deve estar localizado em lugar de fácil acesso e o mais próximo possível do medidor.
Isto é feito para se evitar gastos desnecessários com os fios do circuito de distribuição, que são os mais grossos de toda a instalação e, portanto, os mais caros.
Através da figura 08, você poderá enxergar os componentes e as ligações feitas no quadro de distribuição.
Figura 08 - Componentes do quadro de força e luz. |
Neste exemplo o quadro de distribuição é para fornecimento bifásico. Nele está instalados vários dispositivos de proteção:
- Disjuntor diferencial residual geral (IDR);
- Barramento de proteção;
- Barramento de interligação das fases;
- Barramento de neutro;
- Disjuntores dos circuitos terminais bifásicos;
- Disjuntores dos circuitos terminais monofásicos.
Disjuntores termomagnéticos são dispositivos que oferecem proteção aos fios do circuito e permitem manobra manual.
- Desligando-o automaticamente quando da ocorrência de uma sobrecorrente provocada por um curto-circuito ou sobrecarga.
- Operando-o como um interruptor, secciona somente o circuito necessário numa eventual manutenção.
No quadro de distribuição, encontra-se também o disjuntor diferencial residual que é um dispositivo constituído de um disjuntor termomagnético acoplado a um outro dispositivo: o diferencial residual.
Figura 09 - Circuitos terminais. |
Os dispositivos vistos são empregados na proteção dos circuitos elétricos. O circuito elétrico é o conjunto de equipamentos e fios, ligados ao mesmo dispositivo de proteção.
Em uma instalação elétrica residencial, encontramos dois tipos de circuito, o de distribuição que liga o quadro do medidor ao quadro de distribuição e os circuitos terminais que partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente lâmpadas, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico.
CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PELA NBR 5410
• prever circuitos de iluminação separados dos circuitos de tomadas de uso geral (TUG’s).
• prever circuitos independentes, exclusivos para cada equipamento com corrente nominal superior a 10 A.
Figura 10 - Chuveiro. |
• a instalação dos fios nos eletrodutos;
• as ligações terminais (interruptores e tomadas).
Para que isto não ocorra, uma boa recomendação é, nos circuitos de iluminação e tomadas de uso geral, limitar a corrente a 10 A, ou seja, 1270 VA em 127 V ou 2200 VA em 220 V. Aplicando os critérios em uma residência, deverá haver, no mínimo, quatro circuitos terminais:
• um para iluminação;
• um para tomadas de uso geral que serão instaladas em vários cômodos;
• dois para tomadas de uso específico (chuveiro e torneira elétrica).
Conforme mostrado na figura 09.
Uma vez determinado o número de circuitos elétricos em que a instalação elétrica foi dividida e já definido o tipo de proteção de cada um, chega o momento de se efetuar a sua ligação.
Essa ligação, entretanto, precisa ser planejada detalhadamente, de tal forma que nenhum ponto de ligação fique esquecido.
Figura 11 - Planejamento da instalação. |
Para se efetuar esse planejamento, desenha-se na planta residencial o caminho que o eletroduto deve percorrer, pois é através dele que os fios dos circuitos irão passar.
Entretanto, para o planejamento do caminho que o eletroduto irá percorrer, fazem-se necessárias algumas orientações básicas:
- Locar, primeiramente, o quadro de distribuição, em lugar de fácil acesso e que fique o mais próximo possível do medidor.
- Partir com o eletroduto do quadro de distribuição, traçando seu caminho de forma a encurtar as distâncias entre os pontos de ligação.
- Utilizar a simbologia gráfica para representar, na planta residencial, o caminhamento do eletroduto.
Uma vez determinado o local para o quadro de distribuição, inicia-se o caminhamento partindo dele com um eletroduto em direção ao ponto de luz no teto da sala e daí para os interruptores e tomadas desta dependência. Neste momento, representa-se também o eletroduto que conterá o circuito de distribuição.
Figura 12 - Representação da instalação elétrica. |
Uma vez representados os eletrodutos, e sendo através deles que os fios dos circuitos irão passar, pode-se fazer o mesmo com a fiação: representando-a graficamente, através de uma simbologia própria.
Sabendo-se como as ligações elétricas são feitas, pode-se então representá-las graficamente na planta, devendo sempre:
- representar os fios que passam dentro de cada eletroduto, através da simbologia própria;
- identificar a que circuitos pertencem.
Na prática, não se recomenda instalar mais do que 6 ou 7 condutores por eletroduto, visando facilitar a enfiação e/ou retirada dos mesmos, além de evitar a aplicação de fatores de correções por agrupamento muito rigorosos.
Através da planta pode-se: medir e determinar quantos metros de eletrodutos e fios, nas seções indicadas, devem ser adquiridos para a execução do projeto.
Figura 15 - Caixas e eletrodutos. |
As medidas dos eletrodutos que descem até as caixas são determinadas descontando da medida do pé direito mais a espessura da laje da residência a altura em que a caixa está instalada.
Como a medida dos eletrodutos é a mesma dos fios que por eles passam, efetuando-se o levantamento dos eletrodutos, simultaneamente estará se efetuando o da fiação.
Tendo-se medido e relacionado os eletrodutos e fiação, conta-se e relaciona-se também o número de:
• caixas, curvas, luvas, arruela e buchas;
• tomadas, interruptores, conjuntos e placas de saída de fios.
Figura 16 - Altura das caixas. |
Entre estes materiais, estão os fios e cabos elétricos isolados em PVC até 750 V, cabos com isolação e cobertura 0,6 / 1kV, interruptores, tomadas, disjuntores até 63 A, reatores eletromagnéticos e eletrônicos.
Há nestes links exemplos de diagramas unifilares para ensaio nos cômodos: Sala, Quintal, Corredor, Quarto, Suíte, Cozinha, Área de serviço, Quadro de força e luz e uma planta baixa realizado pelo Engenheiro Eletricista Márcio Luiz de Paula.
Apresento aqui uma edição da: Manual de instalações elétrica - PIRELLI / ELEKTRO V1 e Manual de instalações elétrica - PIRELLI / ELEKTRO V2 , onde há outro exemplo de projeto cálculo de uma instalação residencial conforme NBR5410.
Esta postagem foi baseada nos Manuais de Instalações Elétricas Residenciais - 3 volumes, 1996 © ELEKTRO / PIRELLI complementada, atualizada e ilustrada com a revisão técnica do Prof. Hilton Moreno, professor universitário e secretário da Comissão Técnica da NBR 5410 (CB-3/ABNT).
© Direitos de autor. 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 07/02/2023
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